sábado, 26 de março de 2011

A beleza de se ler Pessoa e outros Pessoas

capaTem algo que eu preciso confessar a vocês: eu sempre fui um mau aluno. Não estou brincando, sempre fui medíocre. Os mais próximos dirão que meus boletins desmentem essa afirmação e o que eu estou querendo mesmo é confete.

Não é. As boas notas de meu histórico escolar são frutos de uma farsa elaborada e praticada à exaustão desde a mais tenra idade. Nunca estudei, decorava ali três ou quatro conceitos básicos e o resto confiava à minha habilidade em escrever. Por isso não tenho vergonha nenhuma em dizer que nunca conheci a fundo a obra de Fernando Pessoa (nem a dele e nem de ninguém que não usasse quadros e balões de fala em suas obras). Nunca tive a disciplina necessária para aprender as características e sutilezas de um poeta que eram vários. Meus contatos com a obra de Pessoa se resumiam a encontros fortuitos: os clássicos versos do poeta fingidor na escola, as inserções nas músicas da Bethânia e um livro comprado num sebo, lido e relido até as páginas se soltarem.

A única vez que havia visto Pessoa em quadrinhos foi na surreal aventura O Poeta, do Laerte. Um clássico dos Piratas do Tietê. Quem não viu ainda não perca tempo, está no volume 2 da recente coleção lançada pela Devir.

Mas nessa semana cruzei com algo realmente inesperado: Fernando Pessoa e outros Pessoas, do Guazzelli, com roteiro do Davi Fazzolari (Editora Saraiva, R$ 34,90).

Não há como os autores se justificarem por essa adaptação. Eles podem alegar que só quiseram mostrar a cidade em que Pessoa viveu, que quiseram prestar uma homenagem, que são fãs de poesia ou que o contrato com a Saraiva era bom.

Não vai adiantar. Outros Pessoas chega a ser ofensivo de tão bonito que é.

Guazzelli já havia nos dado um belo presente no ano passado com Demônios, adaptação de um conto fantástico de Aluísio Azevedo, mas desta vez ele resolveu nos dar algo muito maior: um gibi feito de sonhos e poesia, mas sobretudo, um gibi feito de silêncios.

Sua arte exuberante, aliada aos competentes recortes efetuados na poesia de Pessoa pelo Davi, é um convite à reflexão.

fernando-pessoa-lisboaFernando Pessoa era um cara estranho. Cismou de criar outros caras dentro de si e os colocou a escrever. Gente de mentira que se tornou verdadeira através da poesia: Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro. E a eles chamamos heterônimos. Não me peçam para explicar o por quê ele fez isso ou como cada um desses caras escrevia, não conseguiria.

Sempre na companhia de Pessoa – ou de algum outro Pessoa – somos apresentados à Lisboa retratada em clássicos como Tabacaria e Livro do Desassossego.

E é por essa Lisboa desses poetas tão diferentes e ainda assim tão únicos num único Pessoa, que Guazzelli nos guia. Por suas ruas estreitas, pelos seus estabelecimentos, pela sua gente na janela olhando as pessoas que passam ou param…

A poesia de Pessoa na adaptação de Guazzelli e Davi, tal qual ocorre na música de Maria Bethânia, assume outra forma, gera novos conceitos, nos convida a outros olhares e nos traz aquela solidão amarga de tardes de domigo. Uma saudade louca de um Portugal que não conhecemos mas que também é nosso.

Não importa o quanto você conheça a obra do poeta português, Fernando Pessoa e outros Pessoas é algo novo, belo, que merece ser lido, seja com um cigarro aceso numa mesa de um Café ou sentado numa escadaria ao fim da tarde.

Nunca perdoarei Guazzelli e Davi pelo que fizeram, pois revelaram que aquele farsante que tirava dez em Literatura, no fim das contas, enganou somente a si próprio.

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domingo, 20 de março de 2011

Pequenos Prazeres

Diversão que faz bem

Existem sentimentos bons e ruins. E dentro deles coisas grandes e pequenas. Por exemplo: quando nasce um filho é, via de regra, um sentimento bom e dos grandes, quando morre alguém querido é uma coisa ruim – e bem grande também.

Mas vamos ficar só nas coisas boas. E bem pequenas…

booO prazer de um gol no futebol de fim de semana, a diversão de um escorregão na grama molhada do parque, o riso solto quando um desconhecido resolve contar para todo mundo, em plena segunda de manhã naquele ônibis lotado, a desgraça que foi seu fim de semana ao lado da sogra…

Coisas divertidas, banais, mas que quando somadas definem se você tem ou não uma vida feliz.

E nesse nosso multiplural mundinho de nerds isso também acontece. Tem gente de todo tipo: quem só lê quadrinhos nas tiras de jornais, quem adora a Turma da Mônica e não suporta a idéia de que eles ficaram adolescentes e estão em preto e branco, o cara que acha que quadrinhos de super heróis de verdade só existiram até a década de 80, gente que acha que o cara que curte os heróis dos 80 é um velho retrógrado, tem quem só lê os europeus, tem quem prefira Tex, outros preferem o Ken Parker e há quem não goste de nenhum dos dois e se diverte mesmo com um bom gibi de zumbi.

Mas uma coisa acontece com todos nós, independente de suas preferências: o prazer inesperado de cruzar com uma boa história.

Sabe aquele gibi que você viu na banca ou na comic shop, que nem faz muito sua cabeça mas você comprou só pra ver qual é que era? Dai você coloca na pilha de coisas pra ler e acaba se esquecendo dele?

E num belo dia, organizando sua coleção, aquele danado daquele gibi cai de algum lugar. Você olha para ele, tentando se lembrar quando e onde aquilo veio parar em suas mãos. Como todo bom colecionador, você pára de arrumar sua coleção para ler o gibi (isso acontece no mínimo 19 vezes num período de 04 horas).

E aí você cruza com uma baita história bacana, que te arranca um sorriso e faz você se lembrar porque ama esse negócio chamado gibi.

Acho que sou um cara de sorte, porque isso aconteceu comigo duas vezes nessa semana…

1º Sorriso

capaA primeira surpresa foi realmente inesperada, pois veio de algo que definitivamente não teria comprado, simplesmente porque não teria visto na banca. Por indicação dos amigos Marcelo Fontana e Lucas Pimenta, umas 03 semanas atrás, comprei um gibi da Disney – coisa que não fazia há muito tempo. No caso a edição nº 821 do Mickey (que nem é o meu preferido da turma).

Um gibi de R$ 2,95 e que deve ter passado despercebido pela maior parte dos caras que lêem quadrinhos, mas que trazia em sua capa algo que chamaria a atenção de qualquer um: “Obra Prima: Disney encontra Salvador Dalí”.

A história intitulada Mickey e a Viagem Surreal pelo Destino conta o encontro do pintor surrealista Salvador Dalí com Walt Disney, que ocorreu realmente em 1945 e rendeu a animação Destino, iniciada a partir daquele encontro mas só concluída em 2003. Só que nessa história, além de Disney e Dalí, temos também a participação de Mickey, Pateta e Donald.

Imaginem vocês o atrapalhado trio dentro de pinturas como “A Persistência da Memória” ou “A Tentação de Santo Antonio”. Mas só ao ler a história que você percebe a genialidade da idéia. Uma ótima viagem para quem curte os personagens Disney ou pra quem curte quadrinhos e arte em geral, além de ser uma excelente introdução ao fantástico mundo do pintor catalão, sobretudo para as crianças.

E isso executado com maestria pelo roteirista Roberto Gagnor e o desenhista Giorgio Cavazzano, ambos da Disney italiana. Aliás a arte merece um comentário à parte: toda feita em estilo retrô, cria o clima perfeito para uma história que se passa na década de 40.

E além da história, mais dez páginas de extras. Obra Prima? Não. Obra Prima é o Tio Patinhas de Carl Barks. Mas por R$ 2,95, meu irmão, não tem desculpa pra não adquirir uma história maravilhosa.

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2ª Surpresa (com direito a uma gargalhada daquelas)

A outra surpresa veio de um lugar que eu sabia que tinha coisa boa, só não imaginava que cruzaria com uma história excepcional.

Capas_A3__2_-_1Editada com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Uberlândia, a ótima Revista A3 chega ao seu segundo número. A publicação é a prova que alguma coisa está errada na política cultural da maior parte das cidades brasileiras, inclusive as grandes metrópoles.

O roteirista e jornalista Matheus Moura reuniu um time de peso e trouxe ao público, por módicos R$ 3,50, ótimas histórias de terror,  ficção e aventura. São mais de 100 páginas de quadrinhos por edição, a cores e p&b. Fomento à produção de quadrinhos, com qualidade e preço acessível (mesmo) a qualquer um… Quero ver os caras que cobram 60 contos por um encardenado com material gringo fazerem melhor.

A má notícia? O projeto só previa dois números e o futuro da excelente publicação é incerto. Se não conseguir garfar nenhum outro edital, é provável que não volte a ser publicada, pelo menos não com o mesmo custo/benefício. O que seria uma pena.

Mas nesse segundo número, cruzei com a excelente O Exorcismo de Rosinha, da série Máquina Fantasma, criação de Walter Pax, com roteiro de Jerri Dias.

E desafio qualquer um a me provar que essa não é uma das melhores e mais divertidas histórias de terror publicada nos últimos dez anos.

Brasileiríssima, irreverente, cruel e – principalmente – bem contada.

MaquinaUma surreal Kombi modelo anos 60, soltando fumaça preta e tossindo mais que fumante de 70 anos, cruza uma dessas estradas típicas do interior brasileiro, onde não tem nada de lado nenhum da pista e cujo único destino só pode ser o fim do mundo. Seu piloto é uma mistura de Keith Richards com Valdique Soriano e seu único passageiro um enorme dog alemão preto. Ou seria um pastor belga? Sei lá, sei que o bicho é grande.

Sua missão? Tirar o demônio do corpo de uma gostosa, digo, de uma donzela numa dessas cidadezinhas esquecidas desse Brasilzão de meu Deus.

E para isso o estranho exorcista se utilizará de métodos, digamos, nada convencionais…

Sem um único diálogo, se utilizando apenas de signos nos balões de fala, temos uma história que só pode ser comparada com um bom e velho rock and roll do Black Sabath.

O insólito exorcista de Máquina Fantasma podia dar uma carona em sua Kombi para o Necronauta* (que anda com seu necrodisco meio zoado) e ir tomar uma cachaça na casa do Zé do Caixão, do Prontuário 666**, pra comemorarem essa nova geração do terror nacional.

Excelente, além de ter me rendido a melhor gargalhada que dei com um gibi nos últimos tempos.

Como disse no início, são em situações banais que vamos somando alguns dos melhores sentimentos que temos na vida.

“Mickey e a Viagem Surreal pelo Destino” e “Maquina Fantasma” são exemplos desses pequenos prazeres que fazem nossa vida um pouquinho mais feliz.

E, ao menos pra mim, possuem o mesmo sabor de escorregar morro abaixo, na grama molhada, trepado num pedaço de fórmica…

 

 

* Necronauta é um dos mais originais personagens brasileiros dos últimos tempos e uma criação de Danilo Beyruth.

** Prontuário 666 é o nome do excelente álbum que conta os anos de cárcere de Zé do Caixão, do impressionante e versátil Samuel Casal.

 

QaQ2Essa resenha também está disponível no Quadro a Quadro, novo site de notícias sobre quadrinhos. Não deixem de acessar.

domingo, 13 de março de 2011

Mondo Urbano e o Complexo de Vira-latas

Eu vos digo: o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia. Uma vez que se convença disso, ponham-no para correr em campo e ele precisará de dez para segurar, como o chinês da anedota. Insisto: para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão.

Nelson Rodigues – 31/05/1958.

mondourbanocapaConcordo. Não é usual começar uma crônica sobre quadrinhos com uma crônica sobre futebol. Ainda mais citando um gênio como Nelson Rodrigues, mas é nisso que dá quando um ator se mete a besta em escrever sobre quadrinhos.

Acabei de ler Mondo Urbano, do trio gaúcho Rafael Albuquerque, Eduardo Medeiros e Mateus Santolouco.

Já sei, estou atrasado…

Na verdade, bastante atrasado.

Mondo Urbano vem sendo publicada no circuito independente desde 2008. Primeiro nas edições Power Trio, Overdose, Cabaret e Encore, e recentemente compiladas numa única edição pela Devir, após terem sido publicadas lá nos States…

Explicação razoável, afinal os autores possuem uma carreira já muito bem iniciada na terra dos super heróis. Mas ou a conta não fecha ou eu sou um asno da matemática. Ou nenhuma das duas coisas e o asno é outro…

O fantasma de Nelson Rodigues já começa a me puxar pelo pé e eu sou obrigado a mandar ele esperar mais um pouco, porque agora eu vou falar do gibi.

Cabaret_Cover_by_rafaelalbuquerqueartMondo Urbano é formidável. Um gibi inteligente, bem humorado, com uma arte pra lá de atraente e um roteiro engraçadíssimo, onde cada parte da história possui qualidade suficiente para se manter fechada em si só, mas que ao mesmo tempo amarra-se a outro capítulo, muitas vezes nos obrigando a voltar a leitura umas dezenas de páginas antes. Ou seja, a saga criada pelo trio é uma aventura de se ler.

A história conta a ascenção e derrocada de Van Hudson, um roqueiro que toca como o diabo, e de caras comuns que, de uma forma ou de outra, estão ligados à banda liderada pelo endiabrado vocalista.

E tudo gira em torno da amaldiçoada guitarra do roqueiro e de um suposto pacto com o demônio. Você já ouviu a história: venda sua alma e em troca toque como ninguém tocou em toda a criação. Daí o cara some durante um tempo e volta tocando de um jeito sensacional, faz um sucesso estrondoso e depois aparece assassinado em alguma banheira suja de um hotel barato qualquer.

É a mesma abordagem do ótimo filme “A Encruzilhada”, de 1986, com o Ralph Macchio, o eterno Karatê Kid. Que por sua vez foi inspirado nos macabros boatos que rondam a vida e morte de Robert Johnson (1911 – 1938), um dos maiores bluesman da história.

teaser_hq_webE o que sai disso é um gibi realmente original, que mistura estilos no traço e no roteiro, caminhando com bastante desenvoltura entre diversos gêneros dos quadrinhos, do terror ao policial investigativo.

Ou seja, uma ótima diversão como todos os ingredientes necessários para se tornar um sucesso de crítica e público.

E finalmente o fantasma de Nelson Rodrigues solta sua gargalhada: porque um gibi tão bom passou dois anos no circuito independente sem que nenhuma grande editora o publicasse? Porque uma editora norte americana enxergou o que nenhum editor percebeu em mais de 30 meses? E porque a publicação agora, depois de tantas críticas elogiosas a edição gringa?

Foi necessário que um nome como Stephen King, com quem Albuquerque trabalha na série American Vampire, da Vertigo, elogiasse a obra para que ela adquirisse valor suficiente para ser publicada comercialmente no país de seus criadores?

Nelson Rodrigues cunhou a expressão “complexo de vira-latas” e a definiu da seguinte maneira: (…) a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores (…)

A crônica, publicada originalmente na revista Manchete Esportiva em maio de 58, traçava um paralelo entre a derrota da Seleção Brasileira na final da Copa de 50, em pleno Maracanã, com a insistente mania do brasileiro da época em não acreditar no talento de sua própria seleção. E ia mais longe: acreditava que o brasileiro se envergonhava de seu próprio talento e insistia num auto boicote.

Hoje, cinco vezes campeão mundial, criador de alguns dos maiores gênios que já desfilaram pelos gramados e orgulhoso de possuir em seu currículo um atleta que dificilmente será superado nos próximos séculos, nosso futebol superou sua vira-lata autodepreciação.

Nossos quadrinhos – e principalmente nossos editores – ainda não.

E o excelente gibi Mondo Urbano é a prova mais bem acabada disso.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Herói Nacional Sim Senhor!

Solar01Wellington Srbek comemora em 2011 seus 25 anos de carreira. Não, você não entendeu errado, o jovem roteirista mineiro está comemorando 1/4 de século envolvido com gibis.

Nem todos esses anos ele esteve no mercado profissional. Seus 25 anos contam a partir da confecção de sua 1ª história, ainda guri.

Mas no final das contas, é exatamente a partir dali que o tempo deve contar. Ninguém se faz roteirista de quadrinhos da noite para o dia. O processo é muito maior do que uma simples decisão profissional.

É um processo que envolve paixão, erros, acertos, decepções e uma carga muito grande (mas muito grande mesmo) de trabalho – em quadrinhos ou não.

De sua 1ª história para sua estréia profissional passaram-se 10 anos. E sua estréia, como a da grande maioria dos roteiristas brasileiros, aconteceu no circuito independente.

Em março de 1996 era publicada a revista Solar. O personagem título tinha cheiro, cor e forma de super herói. Mas já naquela época Srbek mostrava seu talento narrativo. Misturando de forma consistente folclore, mitologia e ação, Solar possui uma qualidade ímpar para uma revista de estréia, fugindo dos estereótipos tão comuns ao gênero, e abriu caminho para o jovem mineiro que queria escrever quadrinhos.

Reformulado em 2009, o personagem – nas mãos de um já tarimbado roteirista, autor de Estórias Gerais, um dos clássicos de nossos quadrinhos em parceria com o Mestre Colin – Solar ganhou uma nova origem, numa série composta de 03 volumes (o último ainda inédito).

Inexplicavelmente, mesmo após Srbek ter colecionado uma série de prêmios e o respeito de toda a classe, nenhuma editora se interessou em publicar esse instigante super herói nacional, com poderes xamanísticos e origem mitológica.

Para a nossa sorte, Srbek está comemorando seus 25 anos nos Solar_Renascimentoquadrinhos e 15 de carreira profissional disponibilizando gratuitamente em pdf a versão original de Solar.

É uma ótima oportunidade para quem ainda não conhece o personagem ou só conhece sua nova versão.

E para os apaixonados por quadrinhos, é a chance de conferir o início de carreira de um dos mais talentosos roteiristas da atualidade.

Para baixar a versão em pdf: http://www.maisquadrinhos.com.br/extras/hqs_virtuais/solar.pdf

Para saber mais sobre SOLAR: http://maisquadrinhos.blogspot.com/search/label/Solar

Para conhecer a obra de Srbek, baixar outras revistas digitais ou comprar as edições de Solar:

http://maisquadrinhos.blogspot.com

http://www.maisquadrinhos.com.br/

http://wellingtonsrbek.blogspot.com/